domingo, maio 13, 2007

Quente Frappé

Sucção de contatos
Com um quente relato,
Num copo gelado.

Boca adocicada,
Garganta resfriada,
E a respiração ofegava.

Pensamento passado
Presente sarcasmo
Idéia de futuro íngrato.

Conhecendo a goladas,
Cada pedaço da farpa
Que me deixa sem graça.

Ínicio do breve,
Sabor de abafarete,
Final que aborrece.

sábado, maio 12, 2007

Pela Janela

Em uma Janela que aparece na minha vida, de manhã cedo, inúmeras coisas e pessoas vejo passar.
Algumas coisas bem singelas, outras pessoas bem magrelas, de varias formas e tamanhos.
As pessoas de poucas coisas vão a caminhos das grandes coisas que guardam todas as pessoas, buscam sonho, dinheiro, comida ou um trocado para o gole de alcóol. Tudo é sincronizado.
Tristeza nos pontos de ônibus, as pessoas ainda sonham. Mas aos poucos abrem os olhos para seu destino real.
Um pequeno gesto excita o riso, do cristão que anuncia o "apocalipse" até a criança que chora no colo da vó ao ver o "capeta", aos poucos o sol esquenta a minha nuca. Me sinto bem.

"-É, parece que o dia começou bem." penso eu, cá com meus botões. Ainda estou levemente embebecido do resto de sono, que a mal-durmida noite me deixou.

Mas, numa freiada tudo se desanima. No chão, um corpo de mulher, mas com rosto de menina; no corpo, um vestido humilde; na mão, balas de gengibre. Aos poucos tudo se avermelha: as balas, o vestido, o rosto.
Ela ainda vive, e continuará vivendo. Me sinto culpado de matar um personagem imaginário.
O pior que isso acontece todo dia!