quarta-feira, janeiro 24, 2007

Haja Luz!

Coisas fascinantes ocorrem em nosso meio natural. E a mais bela foi o nascer do dia acima das nuvens.
Da total escuridão surge a arte. A harmonia das cores. A invasão dos primeiros raios no oceano, modificando-o do negro, frio e calmo num azul vivo e belo.
Fecho os olhos e vejo o circulo avermelhado bailando, de acordo com a cadência regida pelas contínuas trepidações maquinárias.
Me sinto como Cândido, enquanto o carrego na mão.
Estou ansioso pela volta dela. Minutos Eternos.
Fico assim: fazendo poesia em sopa de letrinhas.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Sobre Deus e Pobreza

No ônibus a caminho de "Guatânamo".
-Eu odeio carnaval, odeio cerveja. Sou evangélica.-falou Josélia.
-Ah é!?-Falou o Imparcilho.
-Tsc! Você engana Deus por 20 anos, e agora acha, que em um dia ele vai esquecer tudo?!-Indagou, irritado, Sr. Ateulicídes.

Silêncio no ônibus, todos suam, mas ninguém se vira.

-Sou da Igreja Internacional da Graça.-Retoma Josélia.
-Internacional, Universal, Escambal, são "tudo um bando de ladrão", dos mais descarados. Me dê seu dinheiro, me de seu carro, me de isso e assado, e o pobre só se fudendo!-Exclama gesticulando, Sr.Ateulicídes.
Silêncio novamente. Estico as pernas.
-Carnaval, hoje em dia, é tudo elitizado, os ricos brincam e os pobres brigam.-Muda de assunto o Imparcilho.
-Eu que não gasto meu dinheiro com isso, tenho uma irmã e uma mãe pra sustentar, Deus me dê forças!-Exclama Josélia.
-Só gasta porque não faz falta, se fizesse, venderia cerveja em caixa de "isopô".-Completa Ateulicídes.
-Que diabos de lugar longe, deus me perdoe.-Reclama Josélia em posição de adoração.

Seu Impercilho ri, e Ateulicídes cala.
A viagem continua, o duelo da crente e do profano se estende, o bravo sábio continua calado. Meu óculos escorrega e meu pescoço dói.